The Fort Worth Press - De inimigo a símbolo: agricultores colombianos se reconciliam com o condor andino

USD -
AED 3.67301
AFN 69.000039
ALL 89.100812
AMD 387.749422
ANG 1.804889
AOA 928.499145
ARS 962.883803
AUD 1.467136
AWG 1.8
AZN 1.67429
BAM 1.753412
BBD 2.022028
BDT 119.677429
BGN 1.76065
BHD 0.376899
BIF 2894
BMD 1
BND 1.293151
BOB 6.920294
BRL 5.426596
BSD 1.001511
BTN 83.756981
BWP 13.175564
BYN 3.277435
BYR 19600
BZD 2.018612
CAD 1.35575
CDF 2870.999576
CHF 0.847602
CLF 0.033735
CLP 930.86013
CNY 7.067969
CNH 7.07117
COP 4164.6
CRC 518.757564
CUC 1
CUP 26.5
CVE 99.25031
CZK 22.484598
DJF 177.720197
DKK 6.682601
DOP 60.19579
DZD 132.248004
EGP 48.529451
ERN 15
ETB 117.498985
EUR 0.89585
FJD 2.199303
FKP 0.761559
GBP 0.75274
GEL 2.729842
GGP 0.761559
GHS 15.701827
GIP 0.761559
GMD 68.504511
GNF 8652.502481
GTQ 7.741513
GYD 209.457218
HKD 7.79305
HNL 24.949766
HRK 6.799011
HTG 131.977784
HUF 353.169873
IDR 15184.65
ILS 3.774495
IMP 0.761559
INR 83.7267
IQD 1310
IRR 42092.486976
ISK 136.429747
JEP 0.761559
JMD 157.339131
JOD 0.708703
JPY 142.599594
KES 129.000218
KGS 84.27499
KHR 4070.000132
KMF 441.350266
KPW 899.999433
KRW 1328.670133
KWD 0.30492
KYD 0.834476
KZT 479.593026
LAK 22085.000164
LBP 89268.117889
LKR 304.846178
LRD 194.250419
LSL 17.500056
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 4.744976
MAD 9.695037
MDL 17.473892
MGA 4554.99989
MKD 55.240768
MMK 3247.960992
MNT 3397.999955
MOP 8.038636
MRU 39.715027
MUR 45.870459
MVR 15.360052
MWK 1736.000073
MXN 19.314966
MYR 4.210269
MZN 63.849901
NAD 17.500827
NGN 1617.903458
NIO 36.76964
NOK 10.59437
NPR 134.027245
NZD 1.603065
OMR 0.384971
PAB 1.001511
PEN 3.744997
PGK 3.9142
PHP 55.580499
PKR 278.100947
PLN 3.829151
PYG 7817.718069
QAR 3.64025
RON 4.456099
RSD 104.878972
RUB 92.168294
RWF 1342
SAR 3.752542
SBD 8.306937
SCR 13.508937
SDG 601.497109
SEK 10.162603
SGD 1.2923
SHP 0.761559
SLE 22.847303
SLL 20969.494858
SOS 570.999951
SRD 29.853055
STD 20697.981008
SVC 8.762579
SYP 2512.529936
SZL 17.500677
THB 33.137982
TJS 10.644256
TMT 3.5
TND 3.024015
TOP 2.349801
TRY 34.078401
TTD 6.806508
TWD 31.930198
TZS 2724.43986
UAH 41.500415
UGX 3718.795247
UYU 41.141269
UZS 12734.999337
VEF 3622552.534434
VES 36.733195
VND 24580
VUV 118.722009
WST 2.797463
XAF 588.099177
XAG 0.032482
XAU 0.000387
XCD 2.70255
XDR 0.742235
XOF 587.503383
XPF 107.282634
YER 250.324992
ZAR 17.60865
ZMK 9001.202706
ZMW 26.062595
ZWL 321.999592
De inimigo a símbolo: agricultores colombianos se reconciliam com o condor andino
De inimigo a símbolo: agricultores colombianos se reconciliam com o condor andino / foto: © Fundacion Jaime Duque/AFP

De inimigo a símbolo: agricultores colombianos se reconciliam com o condor andino

Um bando de condores despena um bezerro a 4.200 metros de altitude em uma montanha na Colômbia. O animal morto foi deixado por agricultores que buscam reconciliação com seu antigo inimigo: o Rei dos Andes.

Tamanho do texto:

"É uma ave que, quando você a vê voar, acha lindo", diz Diana Bautista à AFP, residente do páramo do Almorzadero, no município de Cerrito (nordeste).

No entanto, o condor nem sempre foi visto com bons olhos na região. Há alguns anos, os moradores usavam carniça envenenada e tiros para se livrarem de um animal considerado uma ameaça para suas ovelhas, cabras e gado.

Hoje, os agricultores tomaram consciência da importância de preservar uma das maiores aves do mundo, que também está em perigo de extinção.

"Não acreditem nas coisas ruins" que contam sobre o condor, pede Bautista, referindo-se aos rumores sobre supostos ataques ao gado.

Uma dezena de famílias encontrou uma alternativa ao antigo conflito: estão construindo currais para proteger os animais frágeis e plataformas nas montanhas onde alimentam os condores com fetos de vaca, cabras doentes e outros tipos de carniça.

A ave, com colar branco e asas imensas que alcançam três metros de envergadura, plana sobre as montanhas e é a protagonista dos murais da cidade.

- Lenda no páramo -

O páramo é um ecossistema de alta montanha em áreas equatoriais, cujas plantas icônicas, os frailejones, são capazes de reter água com suas folhas rígidas; 70% da água consumida pelos 50 milhões de colombianos vem do páramo.

Cruzes formadas com pedras e uma placa convidam a descobrir a reserva do condor em El Almorzadero.

Seus habitantes contam que as cruzes fazem parte de uma lenda: cada visitante constrói uma para invocar o sol, que ameniza o frio de cerca de 9°C e permite contemplar o condor.

A morte de cada exemplar representa "uma grande perda" para a espécie, pois sua reprodução é muito lenta, alerta Carlos Grimaldos, especialista da fundação Jaime Duque.

O condor atinge a maturidade sexual aos 10 anos e só dá cria a cada dois ou três anos.

Protegê-lo é essencial para o equilíbrio dos páramos, pois "é a espécie que limpa" os solos ao se alimentar de animais mortos e evita a contaminação das fontes hídricas, acrescenta.

Com binóculos em mãos, Grimaldos ensina aos visitantes a distinguir o condor de outras aves de rapina.

- Coexistir -

A vocação do páramo não é a criação de animais, mas a atividade humana diminuiu sua fauna selvagem e alterou os hábitos do condor.

A ave passou de se alimentar de "pequenos e médios mamíferos" para consumir carniça de gado, e agora retirar as vacas representaria um risco para sua sobrevivência, explica Francisco Ciri, biólogo e diretor da fundação Neotropical.

Para reconciliar o Rei dos Andes com os fazendeiros, um grupo de 19 famílias do páramo fundou a Associação Campesina Coexistindo com o Condor (ACAMCO) em 2019.

Uma iniciativa comunitária para "conhecer e proteger" o ecossistema com benefícios econômicos, afirma Andrea Flórez, da ACAMCO.

Porque o cóndor "atrai muitas pessoas", acrescenta.

Paralelamente, a fundação Jaime Duque compra dos fazendeiros os animais fracos ou doentes para doá-los ao cóndor e assim estudar seus hábitos alimentares com câmeras de armadilha.

Imagens compartilhadas com a AFP mostram como as aves devoram um feto bovino.

- Unir Forças -

O condor andino entrou na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) em 2020.

Está "em uma situação cada vez mais crítica", disse Guillermo Wiemeyer, pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas da Argentina, presente em Santander (nordeste) durante um encontro da Rede Sul-Americana do Condor.

A associação de especialistas do Chile, Argentina, Bolívia, Equador, Colômbia, Peru e Venezuela foi criada há dez anos para unir esforços de conservação e evitar que a espécie seja extinta, como já aconteceu na Venezuela.

Na Colômbia, restam 60 exemplares, de acordo com o único censo nacional realizado pela Neotropical em 2021. Em toda a região, existem 6.700, segundo a UICN.

Dado que "os condores não conhecem fronteiras", é urgente coordenar um censo na América Latina para entender a gravidade de sua situação, segundo o diretor da autoridade ambiental de Santander, Alexcevith Acosta.

A duas quadras da praça principal de Cerrito, aos pés do Almorzadero, um muro exibe a majestuosidade do condor em forma de mosaico colorido.

"É uma ave que nem todos têm a oportunidade de ter em seus países (...) temos que amá-la, adorá-la", diz Diana Bautista.

S.Jones--TFWP