The Fort Worth Press - Deserções no Exército ucraniano, entre a angústia e a indulgência

USD -
AED 3.673042
AFN 70.483863
ALL 94.154318
AMD 400.326092
ANG 1.804345
AOA 912.000367
ARS 1030.201026
AUD 1.608752
AWG 1.8
AZN 1.70397
BAM 1.875797
BBD 2.021484
BDT 119.666235
BGN 1.875893
BHD 0.377116
BIF 2960.629166
BMD 1
BND 1.360284
BOB 6.917949
BRL 6.19575
BSD 1.001199
BTN 85.655781
BWP 13.925095
BYN 3.276459
BYR 19600
BZD 2.011125
CAD 1.44185
CDF 2870.000362
CHF 0.901912
CLF 0.035968
CLP 992.480698
CNY 7.298804
CNH 7.300404
COP 4398.407903
CRC 507.936508
CUC 1
CUP 26.5
CVE 105.754568
CZK 24.18804
DJF 178.286098
DKK 7.15404
DOP 60.892917
DZD 135.548842
EGP 50.85791
ERN 15
ETB 127.756678
EUR 0.958904
FJD 2.322404
FKP 0.791982
GBP 0.795197
GEL 2.810391
GGP 0.791982
GHS 14.717307
GIP 0.791982
GMD 72.000355
GNF 8653.910708
GTQ 7.718793
GYD 209.370354
HKD 7.761495
HNL 25.438066
HRK 7.172906
HTG 130.906824
HUF 394.110388
IDR 16185
ILS 3.688204
IMP 0.791982
INR 85.393504
IQD 1311.561886
IRR 42087.503816
ISK 138.620386
JEP 0.791982
JMD 155.843284
JOD 0.709104
JPY 157.85404
KES 129.65041
KGS 86.999404
KHR 4021.483719
KMF 466.125039
KPW 899.999441
KRW 1473.803789
KWD 0.30813
KYD 0.834316
KZT 524.068479
LAK 21884.620918
LBP 89676.305568
LKR 292.859541
LRD 182.218386
LSL 18.755383
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 4.923033
MAD 10.101472
MDL 18.461612
MGA 4696.686328
MKD 59.013092
MMK 3247.960992
MNT 3397.99987
MOP 8.004412
MRU 39.937659
MUR 46.950378
MVR 15.403739
MWK 1736.057162
MXN 20.32835
MYR 4.471504
MZN 63.903729
NAD 18.755383
NGN 1548.770377
NIO 36.848415
NOK 11.355485
NPR 137.048866
NZD 1.776215
OMR 0.384913
PAB 1.001199
PEN 3.746511
PGK 4.006138
PHP 57.918038
PKR 278.705414
PLN 4.101568
PYG 7784.011893
QAR 3.64878
RON 4.773104
RSD 112.146933
RUB 105.500408
RWF 1381.95943
SAR 3.754472
SBD 8.383555
SCR 13.941399
SDG 601.503676
SEK 11.001945
SGD 1.358804
SHP 0.791982
SLE 22.803667
SLL 20969.503029
SOS 572.195847
SRD 35.08037
STD 20697.981008
SVC 8.76037
SYP 2512.530243
SZL 18.748382
THB 34.079038
TJS 10.937995
TMT 3.51
TND 3.195032
TOP 2.342104
TRY 35.201235
TTD 6.803817
TWD 32.823504
TZS 2427.852108
UAH 42.01525
UGX 3672.37328
UYU 44.09917
UZS 12936.268163
VES 51.701114
VND 25455
VUV 118.722003
WST 2.762788
XAF 629.124826
XAG 0.034063
XAU 0.000382
XCD 2.70255
XDR 0.767755
XOF 629.124826
XPF 114.381624
YER 250.375037
ZAR 18.68315
ZMK 9001.203587
ZMW 27.758116
ZWL 321.999592
Deserções no Exército ucraniano, entre a angústia e a indulgência
Deserções no Exército ucraniano, entre a angústia e a indulgência / foto: © AFP

Deserções no Exército ucraniano, entre a angústia e a indulgência

Oleksandr desertou do Exército enquanto lutava na frente oriental da Ucrânia, depois de meses vendo outros soldados serem massacrados por bombardeios russos.

Tamanho do texto:

Um dia, os soldados de seu grupo receberam ordens para revidar. Oleksandr, 45 anos, pensou que a morte o aguardava e, quando teve a chance, deixou as linhas de frente na região de Luhansk.

“Nós queríamos viver. Não tínhamos experiência militar. Éramos pessoas normais e trabalhadoras”, explica ele com voz suave à AFP, sem divulgar seu sobrenome.

O caso de Oleksandr é uma das milhares de deserções que pesam sobre o Exército ucraniano, que perdeu 43.000 soldados desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022. Dezenas de milhares estão desaparecidos.

A falta de tropas é um dos piores problemas diante das tropas russas, maiores e que estão na ofensiva, ganhando terreno por meio de operações mortais.

- Prisão antes da morte -

De acordo com o Ministério Público ucraniano, desde 2022, pelo menos 90.000 casos foram abertos por deserção ou ausência sem permissão e 2024 viu um aumento acentuado na tendência.

O caso de Sergiy Gnezdilov é um bom exemplo dessa situação. Em setembro, o jovem de 24 anos anunciou nas redes sociais que estava deixando sua unidade em protesto contra o recrutamento por tempo indeterminado.

“A partir de hoje, estou saindo sem licença depois de cinco anos de serviço militar impecável, até que sejam estabelecidas condições claras de serviço ou até que eu complete 25 anos”, escreveu ele.

O serviço nacional de investigação classificou seu comportamento como “imoral” e disse que suas declarações fazem o jogo da Rússia. Gnezdilov foi preso e pode pegar até 12 anos de prisão.

Oleksandr afirma que se lembra pouco do ano seguinte à sua deserção, que passou na região de Lviv, e atribui essa amnésia aos hematomas cerebrais que sofreu com o bombardeio.

Ele também diz que bebeu para esquecer o horror e o crescente sentimento de culpa.

No final, apesar das súplicas das pessoas ao seu redor, ele decidiu retornar ao front, depois de ver jovens se alistando e soldados retornando ao combate, mesmo tendo sido feridos.

Sua irmã implorou a ele e disse: “Prefiro levar comida para a prisão do que flores para o seu túmulo”.

- "Você enlouquece pouco a pouco" -

Para Buch, um soldado que se identifica por seu pseudônimo de guerra, foi também o sentimento de culpa que o motivou a retornar ao front.

O homem de 29 anos explica que desertou depois de ser ferido durante a libertação de Kherson, uma cidade no sul da Ucrânia, no final de 2022.

“Ficar sob bombardeio constante prejudica gradualmente seu estado mental. Você enlouquece pouco a pouco. Você está sob estresse o tempo todo”, diz ele.

Diante da escassez de tropas, o Parlamento ucraniano aprovou em agosto uma anistia para os soldados que retornassem às suas unidades.

Tanto a 47ª quanto a 53ª brigadas do Exército anunciaram em dezembro que reintegrariam os soldados que deixaram a frente de batalha sem permissão. “Todos nós cometemos erros”, explicaram.

O Ministério Público alega que até 8.000 soldados que desertaram ou deixaram seus postos sem permissão retornaram às fileiras do Exército.

- Apoio psicológico -

Para Siver, comandante do 1º Batalhão de Assalto Separado, conhecido como Da Vinci, o número de soldados que desertam de suas unidades está aumentando à medida que os soldados mais motivados são mortos ou feridos.

“Poucas pessoas foram feitas para a guerra”, disse ele à AFP. “Cada vez mais pessoas estão sendo forçadas” a entrar no Exército, acrescenta.

Vários oficiais militares disseram à AFP que estão sendo tomadas medidas para reduzir as deserções.

Buch aponta para uma melhora no treinamento médico e militar que recebeu, em comparação com a primeira vez em que foi mobilizado. A atitude de seus superiores também mudou. Antes, alguns oficiais “não nos tratavam como seres humanos”.

O major Siver argumenta que o apoio psicológico pode ajudar as tropas a suportar as “semanas” nas trincheiras, atoladas na lama, com frio e fome.

Para Siver, no entanto, não existe uma solução milagrosa para combater a deserção, uma tendência que provavelmente vai aumentar.

“Temos que pôr um fim à guerra”, diz ele.

W.Matthews--TFWP