The Fort Worth Press - Apagão na Venezuela, um 'déjà vu'

USD -
AED 3.672979
AFN 67.991622
ALL 93.135443
AMD 395.970165
ANG 1.802053
AOA 910.981986
ARS 1009.500099
AUD 1.537314
AWG 1.8
AZN 1.701175
BAM 1.853567
BBD 2.018746
BDT 119.480076
BGN 1.852495
BHD 0.376974
BIF 2953.948803
BMD 1
BND 1.343904
BOB 6.908905
BRL 6.015199
BSD 0.999848
BTN 84.428754
BWP 13.65898
BYN 3.271635
BYR 19600
BZD 2.015353
CAD 1.40105
CDF 2869.99959
CHF 0.882145
CLF 0.035442
CLP 977.940354
CNY 7.243402
CNH 7.24744
COP 4418.21
CRC 510.633458
CUC 1
CUP 26.5
CVE 104.50173
CZK 23.935903
DJF 178.050514
DKK 7.06288
DOP 60.371708
DZD 133.504987
EGP 49.594503
ERN 15
ETB 123.865385
EUR 0.947099
FJD 2.26715
FKP 0.789317
GBP 0.787715
GEL 2.735031
GGP 0.789317
GHS 15.447894
GIP 0.789317
GMD 70.99991
GNF 8616.784343
GTQ 7.714689
GYD 209.117187
HKD 7.783755
HNL 25.296757
HRK 7.133259
HTG 131.083374
HUF 391.124986
IDR 15865
ILS 3.651101
IMP 0.789317
INR 84.47375
IQD 1309.791211
IRR 42074.999887
ISK 137.219729
JEP 0.789317
JMD 157.532104
JOD 0.709298
JPY 150.903498
KES 129.702159
KGS 86.799799
KHR 4029.835186
KMF 466.502086
KPW 899.999621
KRW 1394.369738
KWD 0.30751
KYD 0.833262
KZT 512.036089
LAK 21943.79946
LBP 89535.331135
LKR 290.647864
LRD 179.475515
LSL 18.168903
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 4.877979
MAD 10.005734
MDL 18.307697
MGA 4668.530541
MKD 58.260104
MMK 3247.960992
MNT 3397.999946
MOP 8.014937
MRU 39.884377
MUR 46.534506
MVR 15.44968
MWK 1733.781927
MXN 20.449705
MYR 4.440557
MZN 63.893159
NAD 18.16942
NGN 1686.149838
NIO 36.790629
NOK 11.043699
NPR 135.086007
NZD 1.69591
OMR 0.384993
PAB 0.999858
PEN 3.751961
PGK 4.031635
PHP 58.726502
PKR 277.954528
PLN 4.078646
PYG 7797.906469
QAR 3.644506
RON 4.713599
RSD 110.755001
RUB 108.000549
RWF 1391.77163
SAR 3.756598
SBD 8.39059
SCR 13.653774
SDG 601.498176
SEK 10.92436
SGD 1.34159
SHP 0.789317
SLE 22.695873
SLL 20969.504736
SOS 571.398785
SRD 35.404994
STD 20697.981008
SVC 8.748519
SYP 2512.529858
SZL 18.176907
THB 34.397226
TJS 10.898356
TMT 3.51
TND 3.158493
TOP 2.342098
TRY 34.6749
TTD 6.794295
TWD 32.521401
TZS 2645.611015
UAH 41.581955
UGX 3689.505333
UYU 42.828034
UZS 12862.626167
VES 47.254389
VND 25373
VUV 118.722009
WST 2.791591
XAF 621.680638
XAG 0.033091
XAU 0.000379
XCD 2.70255
XDR 0.764835
XOF 621.6718
XPF 113.026048
YER 249.924998
ZAR 18.094497
ZMK 9001.201852
ZMW 26.970317
ZWL 321.999592
Apagão na Venezuela, um 'déjà vu'
Apagão na Venezuela, um 'déjà vu' / foto: © AFP

Apagão na Venezuela, um 'déjà vu'

Semáforos apagados, estabelecimentos abertos, mas às escuras, e desinformação: o apagão desta sexta-feira (30) na Venezuela é um "déjà vu" daquele que deixou o país no escuro por vários dias em 2019, então classificado pelo governo, assim como agora, como sabotagem da oposição.

Tamanho do texto:

A falha no fornecimento de energia ocorre um mês após as controversas eleições presidenciais nas quais o presidente Nicolás Maduro foi proclamado vencedor para um terceiro mandato, em meio a denúncias de fraude por parte da oposição.

Com a rede social X bloqueada desde 8 de agosto e a conexão telefônica funcionando parcialmente, muitos não estavam cientes da magnitude do apagão que afeta praticamente todo o país, que tem uma população de quase 30 milhões de habitantes.

"Me afeta como a todos os comerciantes, me preocupa a mercadoria", confessa Ronald Herrera, de 39 anos, que abriu seu estabelecimento em Caracas na esperança de vender os produtos que precisam de refrigeração, como frango, carne e queijo.

O corte de eletricidade ocorreu às 4h40 locais (5h40 de Brasília) e quase dez horas depois o serviço ainda não havia sido restabelecido na maior parte do país.

Em Caracas, a luz voltou momentaneamente em algumas áreas, mas depois se apagou novamente.

O apagão remete ao que começou em 7 de março de 2019 e se estendeu por cinco dias ou mais, um evento extraordinário no mundo. Naquela ocasião, Maduro mencionou um "ataque eletromagnético" dos Estados Unidos com a cumplicidade da oposição. Naquele ano, o governo denunciou três "sabotagens" elétricas.

"É uma nova sabotagem elétrica", afirmou o ministro da Comunicação, Freddy Ñáñez. "Vivenciamos isso em 2019, sabemos o que nos custou em 2019, sabemos o que nos custou recuperar o sistema elétrico nacional desde então e hoje estamos enfrentando isso com os protocolos antigolpe".

- Apagões cotidianos -

Embora os apagões em Caracas sejam menos frequentes do que no interior da Venezuela, a capital tem registrado intermitências no serviço.

Há dois meses, uma falha na região deixou o comércio de Herrera três dias sem eletricidade. Ele perdeu tudo o que tinha nos refrigeradores, um prejuízo equivalente a cerca de R$ 2,6 mil em mercadorias.

Apenas um dia atrás, uma de suas geladeiras foi danificada devido a uma oscilação na voltagem: ele gastou mais de R$ 1,3 mil para consertá-la, um valor que compromete suas já reduzidas margens de lucro.

Seus vizinhos Carlos Peña e Carmen Pérez também decidiram abrir seu comércio de frutas, mantimentos e embutidos. "Esperamos vender o que temos", comentou ele, olhando para a geladeira onde estavam cerca de 16 quilos de frango.

Eles não têm gerador elétrico, pois é raro que não haja energia na capital, ao contrário do interior, onde os cortes são diários e se prolongam por horas.

Em cidades como Maracaibo, capital do estado petrolífero de Zulia (oeste), e Ciudad Guayana, em Bolívar (sul), onde está a principal usina hidrelétrica do país, o dia transcorreu com a normalidade do apagão crônico: comércios abertos apoiados por geradores.

"Pensei que era mais um dos apagões que ocorrem aqui todos os dias", diz entre risos Elena Jiménez, dona de casa de 66 anos, em Maracaibo.

- Lembranças -

"Me lembra o apagão de anos atrás que foi muito forte", contou Nairelis Ramírez, moradora de Los Puertos de Altagracia, vizinha a Maracaibo. "Estamos esperando para ver o que acontece."

O apagão de 2019 coincidiu com um dos piores momentos da crise econômica no país. As pessoas perderam comida e ficaram incomunicáveis devido à falta de pilhas nos telefones e ao colapso da rede de telefonia.

Em Zulia, por exemplo, um dos estados mais quentes do país, com temperaturas médias de 38-40 graus Celsius, muitos faziam longas filas por um copo de água fria ou dormiam em praças públicas para aproveitar a brisa da noite.

O apagão de 2019 também deu início à dolarização de fato no país. Sem disponibilidade de moeda local em espécie e sem luz para passar cartão, a população começou a pagar com dólares guardados em casa, apesar de essas transações serem proibidas.

Em uma praça do centro de Caracas, Leticia Quiroga, 30 anos, aguarda orientações: ela é funcionária pública e não sabe se deve ir ao escritório.

"Como a gente está mentalmente acostumado a certas coisas... Eu me arrumei para ir trabalhar", diz.

C.M.Harper--TFWP