The Fort Worth Press - Tarifas alfandegárias de Trump incendeiam as relações EUA-China

USD -
AED 3.67296
AFN 71.495986
ALL 86.602819
AMD 389.280208
ANG 1.80229
AOA 914.999664
ARS 1145.0569
AUD 1.558725
AWG 1.8025
AZN 1.696494
BAM 1.72067
BBD 2.019048
BDT 121.496602
BGN 1.730836
BHD 0.376952
BIF 2933.5
BMD 1
BND 1.291083
BOB 6.910295
BRL 5.746902
BSD 1.000022
BTN 84.710644
BWP 13.559277
BYN 3.27258
BYR 19600
BZD 2.008666
CAD 1.38674
CDF 2875.000081
CHF 0.82641
CLF 0.024667
CLP 946.592727
CNY 7.22535
CNH 7.235035
COP 4298.9
CRC 506.081869
CUC 1
CUP 26.5
CVE 97.404586
CZK 22.057009
DJF 177.720172
DKK 6.60734
DOP 58.897482
DZD 132.846062
EGP 50.682969
ERN 15
ETB 132.65039
EUR 0.88564
FJD 2.26665
FKP 0.749314
GBP 0.753275
GEL 2.754985
GGP 0.749314
GHS 13.349874
GIP 0.749314
GMD 71.498454
GNF 8655.497339
GTQ 7.693661
GYD 209.209328
HKD 7.76918
HNL 25.900677
HRK 6.6709
HTG 130.69969
HUF 358.708498
IDR 16504
ILS 3.581765
IMP 0.749314
INR 85.397503
IQD 1310
IRR 42112.498309
ISK 129.730567
JEP 0.749314
JMD 158.694409
JOD 0.709199
JPY 144.789021
KES 129.203123
KGS 87.450284
KHR 4003.290617
KMF 433.497777
KPW 899.97622
KRW 1400.260182
KWD 0.30669
KYD 0.8333
KZT 514.510701
LAK 21624.808084
LBP 89598.835086
LKR 299.390713
LRD 199.99736
LSL 18.289183
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 5.459024
MAD 9.216381
MDL 17.094491
MGA 4444.999841
MKD 54.544085
MMK 2099.569019
MNT 3574.066382
MOP 7.993577
MRU 39.616417
MUR 45.310233
MVR 15.410029
MWK 1733.996736
MXN 19.587205
MYR 4.276501
MZN 63.897048
NAD 18.29039
NGN 1609.470161
NIO 36.794136
NOK 10.359985
NPR 135.53703
NZD 1.687294
OMR 0.384994
PAB 1.000031
PEN 3.6544
PGK 4.030011
PHP 55.685011
PKR 281.368849
PLN 3.782685
PYG 7991.90604
QAR 3.645449
RON 4.5416
RSD 103.134417
RUB 82.296756
RWF 1436.521448
SAR 3.75077
SBD 8.350849
SCR 14.213005
SDG 600.500316
SEK 9.670135
SGD 1.29644
SHP 0.785843
SLE 22.729691
SLL 20969.483762
SOS 571.45371
SRD 36.818989
STD 20697.981008
SVC 8.749395
SYP 13001.877898
SZL 18.27948
THB 32.827502
TJS 10.374858
TMT 3.51
TND 2.981497
TOP 2.342102
TRY 38.639196
TTD 6.786178
TWD 30.285499
TZS 2690.999647
UAH 41.438877
UGX 3658.997933
UYU 41.868649
UZS 12924.999739
VES 91.098215
VND 25971
VUV 120.641282
WST 2.649696
XAF 577.139891
XAG 0.030823
XAU 0.000299
XCD 2.70255
XDR 0.718649
XOF 576.000555
XPF 104.929283
YER 244.528755
ZAR 18.225415
ZMK 9001.20406
ZMW 26.724384
ZWL 321.999592
Tarifas alfandegárias de Trump incendeiam as relações EUA-China
Tarifas alfandegárias de Trump incendeiam as relações EUA-China / foto: © AFP/Arquivos

Tarifas alfandegárias de Trump incendeiam as relações EUA-China

Com o aumento das tarifas alfandegárias cobradas das importações chinesas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, incendiou as relações com Pequim e provavelmente arruinou qualquer esperança de um encontro no curto prazo com seu par chinês, Xi Jinping, avaliam analistas.

Tamanho do texto:

Desde a sua posse em janeiro, o turbilhão de impostos aduaneiros do presidente republicano contra aliados e rivais abalou as relações diplomáticas e levou os mercados mundiais à beira do abismo.

Trump suspendeu as tarifas suplementares decretadas para dezenas de países, para os quais foram impostas taxas de 10% em nível global, mas não fez concessões para a China, que o presidente americano acusa de querer "enganar" Washington.

Somadas a essas tensões comerciais, os contatos entre as duas potências em questões como as mudanças climáticas e a luta contra o tráfico de fentanil parecem estagnados.

"Com Trump, as relações China-Estados Unidos afundaram, chegando à pior situação antes de um conflito armado", considera Shi Yinhong, diretor do Centro de Estudos Americanos da Universidade Renmin de Pequim.

"Trump lançou sua adaga contra a China a uma velocidade que superou a expectativa de muita gente", acrescenta.

Depois de um toma lá dá cá entre os dois países, os Estados Unidos somaram tarifas de 145% para muitos produtos importados da China, elevando os tributos acumulados para alguns bens, como veículos elétricos, a 245%.

Revoltada, a China respondeu com tarifas de 125% sobre as importações dos Estados Unidos e descartou novos aumentos por considerá-los desnecessários.

As relações entre os Estados Unidos e a China estão "efetivamente em um estado de guerra econômica", afirma Susan Thornton, que foi a principal diplomata encarregada do Oriente Médio durante o primeiro governo Trump.

Pequim vê "a tentativa declarada de Trump de [...] erguer 'uma muralha de tarifas contra a China' como ilegal e como uma ameaça existencial", avalia Thornton, hoje pesquisadora do Paul Tsai China Center, na Universidade de Yale.

- Ninguém quer ceder -

Semanas atrás, várias informações indicavam que Pequim e Washington avaliavam uma reunião cara a cara, coincidindo com o aniversário dos dois presidentes, em junho. Mas os acontecimentos recentes deixaram o plano de lado.

O comportamento "mal-educado e irrazoável" de Trump torna "muito pouco provável" um encontro no primeiro semestre do ano, assegura Wu Xinbo, diretor do Centro de Estudos Americanos da Universidade Fudan de Xangai.

Rosemary Foot, professora e pesquisadora do departamento de relações políticas e internacionais da Universidade de Oxford, entende que Pequim "quer assegurar que obterá alguns resultados políticos e que Xi será tratado com respeito".

Na escalada comercial, Trump acusou a China de "falta de respeito", mas, ao mesmo tempo, chamou Xi de "cara esperto" e sinalizou para um possível acordo entre os dois.

Ali Wyne, pesquisador e assessor sobre relações Estados Unidos-China do International Crisis Group, afirma que nenhum dos dois líderes "quer mostrar que cedeu perante o outro".

Na opinião deste especialista, o "desencadeador mais provável" para negociações seria um cenário em que ambos possam reivindicar a vitória: Trump demonstrando a firmeza de sua pressão econômica e Xi mostrando a resistência da China.

Mas nada pode ser descartado com Trump, afirma Rana Mitter, especialista em relações Ásia-Estados Unidos na Kennedy School de Harvard. Em seu primeiro mandato, por exemplo, ele passou das ameaças de guerra contra a Coreia do Norte a protagonizar uma cúpula histórica com o líder norte-coreano Kim Jong Un.

Mas "Pequim não vai aceitar um encontro se parecer que está cedendo diante dos Estados Unidos, o que tornará necessária uma diplomacia nos bastidores", afirma.

- Sem canais de diálogo -

Outros analistas acreditam que a retórica dura de Trump e suas tarifas nocivas deixam pouca margem para a diplomacia, ainda que discreta.

No mandato anterior de Joe Biden também houve tensões, mas Pequim e Washington mantiveram abertos os canais de comunicação sobre a crise do fentanil, as mudanças climáticas e outros assuntos.

Esses canais "agora estão moribundos", observa Rosemary Foot, de Oxford. "Isso dificulta preparar o terreno para uma cúpula" bilateral, acrescentou.

Wu, da Universidade de Fudan, afirma que o menosprezo de Trump aos esforços chineses para frear as exportações dos precursores de fentanil e sua negação das mudanças climáticas fazem com que o espaço para um diálogo discreto "tenha desaparecido na prática".

Em pronunciamentos oficiais, a China tem zombado das tarifas de Trump como um "jogo de números" e uma "piada", sem benefícios econômicos.

Ao mesmo tempo, seus dirigentes, a começar pelo presidente Xi Jinping, se apresentam como defensores do livre-comércio e da estabilidade perante um "assédio" injustificado de Washington.

Para a China, a carnificina alfandegária de Trump pode virar uma oportunidade, afirmam vários especialistas.

"A alienação de outros países por Trump, enormemente mal concebida, pode significar mais receptividade a uma aproximação com a China", afirma Susan Thornton, da Universidade de Yale.

F.Garcia--TFWP