The Fort Worth Press - Vítimas de Al Fayed contam realidade cotidiana de agressão sexual, ameaças e medo

USD -
AED 3.672955
AFN 68.420651
ALL 93.767284
AMD 390.49835
ANG 1.806877
AOA 912.000203
ARS 1007.235601
AUD 1.544258
AWG 1.8025
AZN 1.696037
BAM 1.865047
BBD 2.024202
BDT 119.800507
BGN 1.867575
BHD 0.376923
BIF 2961.779795
BMD 1
BND 1.349913
BOB 6.927922
BRL 5.812047
BSD 1.002517
BTN 84.506895
BWP 13.677455
BYN 3.280949
BYR 19600
BZD 2.020865
CAD 1.407515
CDF 2871.000372
CHF 0.885798
CLF 0.035433
CLP 977.678349
CNY 7.25205
CNH 7.26762
COP 4403.8
CRC 512.27769
CUC 1
CUP 26.5
CVE 105.148475
CZK 24.123202
DJF 178.523068
DKK 7.118499
DOP 60.439613
DZD 133.965973
EGP 49.589098
ERN 15
ETB 125.456964
EUR 0.954365
FJD 2.27435
FKP 0.789317
GBP 0.79565
GEL 2.729983
GGP 0.789317
GHS 15.740087
GIP 0.789317
GMD 71.000284
GNF 8638.643602
GTQ 7.737494
GYD 209.743864
HKD 7.782235
HNL 25.356169
HRK 7.133259
HTG 131.578696
HUF 391.760961
IDR 15929.75
ILS 3.647675
IMP 0.789317
INR 84.468495
IQD 1313.295062
IRR 42087.496546
ISK 138.479986
JEP 0.789317
JMD 158.306792
JOD 0.709302
JPY 152.33101
KES 129.650182
KGS 86.77429
KHR 4024.221618
KMF 468.949713
KPW 899.999621
KRW 1397.629951
KWD 0.30769
KYD 0.835447
KZT 500.581695
LAK 21938.473862
LBP 89777.620964
LKR 291.944005
LRD 179.953464
LSL 18.140579
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 4.905308
MAD 10.049969
MDL 18.321477
MGA 4681.212214
MKD 58.709862
MMK 3247.960992
MNT 3397.999946
MOP 8.03597
MRU 39.876031
MUR 46.829876
MVR 15.449704
MWK 1738.409017
MXN 20.706475
MYR 4.451996
MZN 63.900113
NAD 18.140579
NGN 1687.510358
NIO 36.894704
NOK 11.171615
NPR 135.21065
NZD 1.704361
OMR 0.384986
PAB 1.002522
PEN 3.783114
PGK 4.041348
PHP 58.893503
PKR 278.556157
PLN 4.109081
PYG 7823.317376
QAR 3.655332
RON 4.7501
RSD 111.679549
RUB 105.493448
RWF 1381.286594
SAR 3.756955
SBD 8.39059
SCR 13.142933
SDG 601.504929
SEK 10.995025
SGD 1.347325
SHP 0.789317
SLE 22.69826
SLL 20969.504736
SOS 572.921633
SRD 35.40499
STD 20697.981008
SVC 8.772147
SYP 2512.529858
SZL 18.146015
THB 34.729932
TJS 10.712147
TMT 3.51
TND 3.168043
TOP 2.342099
TRY 34.66067
TTD 6.816318
TWD 32.559402
TZS 2644.999801
UAH 41.654588
UGX 3714.263918
UYU 42.721187
UZS 12846.871245
VES 46.695348
VND 25410
VUV 118.722009
WST 2.791591
XAF 625.519234
XAG 0.032766
XAU 0.000379
XCD 2.70255
XDR 0.766883
XOF 625.519234
XPF 113.726089
YER 249.925031
ZAR 18.15343
ZMK 9001.201488
ZMW 27.644804
ZWL 321.999592
Vítimas de Al Fayed contam realidade cotidiana de agressão sexual, ameaças e medo
Vítimas de Al Fayed contam realidade cotidiana de agressão sexual, ameaças e medo / foto: © AFP

Vítimas de Al Fayed contam realidade cotidiana de agressão sexual, ameaças e medo

Centenas de mulheres acusaram Mohamed Al Fayed de agressão sexual e estupro após a exibição de um documentário da BBC em setembro. Entre elas, Jen e Cheska contaram à AFP a violência que sofreram, assim como a lei do silêncio imposta pelo ex-dono da Harrods.

Tamanho do texto:

"Parecia um trabalho dos sonhos", relata Jen, que tinha 16 anos quando começou a trabalhar na Harrods, a grande loja de departamentos londrina, que na época representava o máximo do glamour e pertencia ao magnata egípcio Al Fayed.

Jen trabalhou na Harrods de 1986 a 1991.

Cheska Hill-Wood entrou na loja de departamentos aos 19 anos, em 1994. Al Fayed, falecido no ano passado aos 94 anos, estava presente em sua primeira entrevista de trabalho.

A jovem estudante de belas-artes acredita que os colaboradores de Al Fayed a contactaram após verem sua foto em uma revista. "Suponho que meu rosto atendia às exigências", comenta.

Naquele momento, ela esperava ter uma experiência de trabalho "extraordinária". "Era jovem e ingênua", comenta ela agora.

Após serem contratadas, tanto Jen (que pediu para não ter seu sobrenome revelado) quanto Cheska tiveram que se submeter a um exame ginecológico realizado por um médico da Harrods.

O médico "queria saber se estava 'limpa'", diz Jen, hoje com 54 anos. "Quando lhe perguntei o que isso significava, ele me disse que precisava saber se era virgem", acrescentou.

- "Chocada" -

Mohamed Al Fayed logo lhe exigiu que não tivesse namorado: "Não nos era permitido ter relações sexuais com ninguém", lembra Jen.

Sem querer "entrar em detalhes", ela conta que durante os cinco anos em que trabalhou na Harrods sofreu "várias agressões sexuais", como uma tentativa de estupro no escritório de Mohamed Al Fayed e outra na casa em Londres do magnata em Park Lane.

Na época, ela não contou nada a ninguém. "Eu me sentia envergonhada e chocada demais", diz Jen, que assim como tantas outras mulheres que acusam Al Fayed relata que suas palavras e gestos no escritório eram registrados por escuta telefônica e vigiados por câmeras.

Quando iniciou às escondidas um relacionamento afetivo, Mohamed Al Fayed a chamou e lhe mostrou uma lista de lugares aos quais ela tinha ido com o namorado.

"Isso me fez perceber que não estava paranoica: realmente estavam me seguindo", afirma.

"Achava que era a única que passava por isso", continua Jen, que agora se diz "horrorizada" com o número de mulheres que acusam Al Fayed de abusos.

Só em 19 de setembro, quando a BBC exibiu o documentário "Al Fayed: um predador na Harrods", contou ao seu marido e a seus pais o calvário que tinha vivido havia mais de três décadas.

Após a exibição do filme, a Harrods, que passou para mãos cataris em 2010, "condenou energicamente" a conduta de seu ex-proprietário e se desculpou por ter "abandonado" as vítimas.

Desde 19 de setembro, a Harrods mantém diálogos com "mais de 250" delas para chegar a um acordo extrajudicial.

- Um "monstro" impune -

Cheska Hill-Wood contou à sua mãe o ocorrido imediatamente depois de ter sido agredida. A jovem queria ser atriz e Mohamed Al Fayed se ofereceu para apresentá-la ao seu filho, Dodi, produtor de cinema.

Uma noite, ao sair do escritório, Al Fayed a levou a seu quarto com o pretexto de submetê-la a um teste para um filme sobre Peter Pan.

Precisou vestir rouba de banho e declamar diante de uma câmera o suposto trecho de um roteiro, que se limitava a uma única frase: "Por favor, me possua, me possua".

O então sexagenário a asseou e beijou à força. Cheska conseguiu fugir e não voltou mais a pisar nem no escritório, nem na Harrods.

Tanto Jen quanto Cheska contaram rapidamente o ocorrido à imprensa.

Jen fez seu relato à revista Vanity Fair nos anos 1990. Exigiu o anonimato, mas o encarregado de segurança da Harrods entrou em contato com ela para ameaçá-la, assim como à sua família.

Al Fayed processou a revista por difamação, mas o caso foi resolvido mediante um acordo após a morte de seu filho, Dodi, ao lado da princesa Diana, em 1997, "por respeito a um pai em luto".

Cheska também deu seu testemunho na década de 1990 a um documentário que nunca chegou a ser exibido.

Em 2017, voltou a fazê-lo, desta vez abertamente, para a emissora de TV britânica Channel Four. "Mas depois, não aconteceu nada (...) A polícia não investigou" Mohamed Al Fayed e ela lembra ter se sentido desesperada.

Ambas contam a "raiva" que sentiram quando Al Fayed morreu no ano passado. "Este monstro absoluto morreu sem ser julgado", diz Cheska, que agora tem 50 anos.

Cheska espera agora que a justiça aja contra "todas as pessoas que fizeram o trabalho sujo para ele, como arranjar consultas médicas e recrutar mulheres".

J.Ayala--TFWP