The Fort Worth Press - Mães indígenas lutam para encontrar seus filhos desaparecidos no Canadá

USD -
AED 3.672958
AFN 69.919011
ALL 94.359515
AMD 393.348349
ANG 1.794987
AOA 918.000449
ARS 1017.898212
AUD 1.596515
AWG 1.8
AZN 1.701015
BAM 1.874539
BBD 2.011022
BDT 119.020463
BGN 1.873937
BHD 0.375809
BIF 2944.649446
BMD 1
BND 1.352662
BOB 6.882638
BRL 6.086021
BSD 0.996022
BTN 84.675325
BWP 13.766234
BYN 3.259501
BYR 19600
BZD 2.002109
CAD 1.43615
CDF 2869.999639
CHF 0.893885
CLF 0.035803
CLP 987.904347
CNY 7.296398
CNH 7.290565
COP 4359.706714
CRC 502.515934
CUC 1
CUP 26.5
CVE 105.683615
CZK 24.0923
DJF 177.361384
DKK 7.151601
DOP 60.650788
DZD 134.805195
EGP 50.883213
ERN 15
ETB 124.157665
EUR 0.95875
FJD 2.31705
FKP 0.791982
GBP 0.795767
GEL 2.809954
GGP 0.791982
GHS 14.6413
GIP 0.791982
GMD 71.999897
GNF 8604.974361
GTQ 7.674318
GYD 208.376863
HKD 7.77495
HNL 25.282983
HRK 7.172906
HTG 130.301433
HUF 397.077505
IDR 16171.3
ILS 3.65434
IMP 0.791982
INR 84.952502
IQD 1304.739541
IRR 42087.497143
ISK 139.119855
JEP 0.791982
JMD 155.834571
JOD 0.709103
JPY 156.444994
KES 128.585805
KGS 87.000072
KHR 4002.491973
KMF 466.125034
KPW 899.999441
KRW 1446.419901
KWD 0.30795
KYD 0.830019
KZT 523.074711
LAK 21799.971246
LBP 89190.58801
LKR 292.423444
LRD 180.77347
LSL 18.3368
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 4.893852
MAD 10.024153
MDL 18.345713
MGA 4699.285954
MKD 58.978291
MMK 3247.960992
MNT 3397.99987
MOP 7.973547
MRU 39.610869
MUR 47.201118
MVR 15.400781
MWK 1727.033114
MXN 20.079734
MYR 4.508023
MZN 63.903729
NAD 18.3368
NGN 1549.53983
NIO 36.651172
NOK 11.322205
NPR 135.480903
NZD 1.766761
OMR 0.384799
PAB 0.996022
PEN 3.708823
PGK 4.038913
PHP 58.869764
PKR 277.232856
PLN 4.085765
PYG 7766.329611
QAR 3.6309
RON 4.771601
RSD 112.167978
RUB 102.793885
RWF 1388.412326
SAR 3.756308
SBD 8.383555
SCR 13.944984
SDG 601.503629
SEK 11.03198
SGD 1.355898
SHP 0.791982
SLE 22.796572
SLL 20969.503029
SOS 569.224134
SRD 35.130984
STD 20697.981008
SVC 8.715196
SYP 2512.530243
SZL 18.332295
THB 34.219838
TJS 10.896056
TMT 3.51
TND 3.173719
TOP 2.342103
TRY 35.071799
TTD 6.759956
TWD 32.630981
TZS 2365.457421
UAH 41.771505
UGX 3653.615757
UYU 44.42421
UZS 12841.328413
VES 51.475251
VND 25455
VUV 118.722003
WST 2.762788
XAF 628.702736
XAG 0.033891
XAU 0.000381
XCD 2.70255
XDR 0.759764
XOF 628.702736
XPF 114.304883
YER 250.374981
ZAR 18.315501
ZMK 9001.199
ZMW 27.564096
ZWL 321.999592
Mães indígenas lutam para encontrar seus filhos desaparecidos no Canadá
Mães indígenas lutam para encontrar seus filhos desaparecidos no Canadá / foto: © AFP

Mães indígenas lutam para encontrar seus filhos desaparecidos no Canadá

Um grupo de mulheres mohawk tenta impedir que escavadeiras continuem com as obras em um antigo hospital de Montreal que, segundo elas acreditam, pode guardar a verdade sobre o destino de crianças indígenas desaparecidas há 60 anos no Canadá.

Tamanho do texto:

Elas estão há dois anos tentando adiar o projeto de construção da Universidade McGill, que conta com o apoio do governo da província de Quebec.

"Levaram nossos filhos e fizeram todo tipo de coisa com eles. Estavam fazendo experimentos", declara à AFP Kahentinetha, uma ativista de 85 anos da comunidade mohawk de Kahnawake, ao sudoeste da cidade de Montreal.

As ativistas baseiam sua reivindicação em arquivos e depoimentos que sugerem que há túmulos não marcados no local de crianças que estiveram internadas no Royal Victoria Hospital e no Allan Memorial Institute, um hospital psiquiátrico vizinho.

Nos anos 1950 e 1960, por trás dos muros do antigo instituto psiquiátrico, a Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos financiou um programa de experimentos humanos chamado MK Ultra.

Durante a Guerra Fria (1947-1991), o programa tinha como objetivo desenvolver procedimentos e medicamentos para lavar o cérebro das pessoas de maneira eficaz.

Foram realizados experimentos no Reino Unido, Canadá e Estados Unidos, submetendo pessoas (incluindo crianças indígenas de Montreal) a eletrochoques, drogas alucinógenas e privação sensorial.

"Queriam nos apagar", diz Kahentinetha.

Figura proeminente do movimento pelos direitos indígenas, a ativista, que já viajou para o Reino Unido e os Estados Unidos para denunciar o colonialismo, considera essa luta como "a mais importante da (sua) vida".

"Queremos saber por que fizeram isso e quem vai assumir a culpa", afirma.

- Cães farejadores -

Em 2022, as mães indígenas conseguiram obter uma ordem judicial para suspender as obras de um novo campus universitário e um centro de pesquisa no local, um projeto avaliado em cerca de 643 milhões de dólares americanos (R$ 3,63 bilhões).

Sua colega ativista Kwetiio, de 52 anos, afirma que insistem em defender o caso por elas mesmas, sem advogados, para que seja "do nosso jeito. Ninguém fala por nós".

No meio do ano passado, foram usados cães farejadores e sondas especializadas para procurar nos amplos e ruinosos edifícios da propriedade. As buscas conseguiram identificar três áreas de interesse para as escavações.

No entanto, segundo a Universidade McGill e a Société Québécoise des Infrastructures (SQI) do governo provincial, "não foram descobertos restos humanos".

As mães mohawk acusam a universidade e a agência de infraestrutura do governo de descumprir um acordo ao escolherem os arqueólogos que realizaram a busca e depois de terminarem o trabalho muito cedo.

"Concederam a si mesmos o poder de conduzir a investigação de crimes que possivelmente foram cometidos por seus próprios funcionários no passado", diz Philippe Blouin, um antropólogo que auxilia na busca promovida pelas mães.

Apesar de sua apelação ter sido rejeitada há algumas semanas, o grupo afirma que continuará a luta para revelar a verdade.

"As pessoas deveriam conhecer a história para que ela não se repita", afirma Kwetiio.

Nos últimos anos, o Canadá tem se conscientizado das atrocidades do passado.

Gerações de crianças indígenas foram enviadas para internatos, onde foram privadas de sua língua, religião e identidade, em um que um relatório sobre verdade e reconciliação de 2015 chamou de "genocídio cultural".

Entre 1831 e 1996, cerca de 150.000 crianças indígenas foram tiradas de suas casas e internadas em 139 desses centros. Milhares delas nunca retornaram às suas comunidades de origem.

Em maio de 2021, a descoberta de túmulos anônimos de 215 crianças na Escola Residencial Indígena de Kamloops, na província de Columbia Britânica, deu início a uma reflexão nacional sobre esse capítulo sombrio da história canadense, ao mesmo tempo que levou à busca por mais túmulos em todo o Canadá.

"Não se tratou apenas de internatos, mas também de hospitais, sanatórios, igrejas e orfanatos", denuncia Kwetiio.

Para ela, o mais importante é esclarecer o que aconteceu para que "as coisas mudem" e se possa reconstruir "a harmonia que tínhamos antes do colonialismo".

S.Palmer--TFWP