The Fort Worth Press - Narcotráfico transforma jornalismo em profissão de alto risco no Equador

USD -
AED 3.673025
AFN 71.038728
ALL 94.650173
AMD 399.150702
ANG 1.799329
AOA 913.49631
ARS 1035.72498
AUD 1.614166
AWG 1.8
AZN 1.688047
BAM 1.896184
BBD 2.015823
BDT 121.306135
BGN 1.895864
BHD 0.376938
BIF 2953.055922
BMD 1
BND 1.366924
BOB 6.899093
BRL 6.1066
BSD 0.998507
BTN 85.723842
BWP 13.993058
BYN 3.267277
BYR 19600
BZD 2.005449
CAD 1.437725
CDF 2870.000089
CHF 0.91143
CLF 0.03629
CLP 1001.33983
CNY 7.3316
CNH 7.351955
COP 4326
CRC 506.185527
CUC 1
CUP 26.5
CVE 106.90394
CZK 24.383804
DJF 177.790274
DKK 7.242365
DOP 61.099046
DZD 135.874057
EGP 50.604978
ERN 15
ETB 125.79594
EUR 0.97064
FJD 2.32945
FKP 0.791982
GBP 0.811545
GEL 2.774988
GGP 0.791982
GHS 14.695959
GIP 0.791982
GMD 70.99986
GNF 8629.731957
GTQ 7.704762
GYD 208.805166
HKD 7.77995
HNL 25.450111
HRK 7.172906
HTG 130.254789
HUF 402.292495
IDR 16229.3
ILS 3.662997
IMP 0.791982
INR 85.928495
IQD 1310
IRR 42099.999459
ISK 140.76998
JEP 0.791982
JMD 156.354223
JOD 0.709405
JPY 158.172983
KES 129.249973
KGS 86.999873
KHR 4035.135345
KMF 477.498247
KPW 899.999441
KRW 1461.265005
KWD 0.30836
KYD 0.832041
KZT 525.866749
LAK 21812.498512
LBP 89599.999895
LKR 295.518886
LRD 187.249839
LSL 18.839971
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 4.924958
MAD 10.046499
MDL 18.419879
MGA 4699.999766
MKD 59.686072
MMK 3247.960992
MNT 3397.99987
MOP 7.999787
MRU 39.825031
MUR 46.84958
MVR 15.409773
MWK 1732.492558
MXN 20.438435
MYR 4.500987
MZN 63.909686
NAD 18.839971
NGN 1543.670463
NIO 36.710067
NOK 11.431035
NPR 137.15776
NZD 1.787165
OMR 0.384969
PAB 0.998507
PEN 3.775032
PGK 4.011501
PHP 58.449641
PKR 278.705074
PLN 4.1511
PYG 7901.574498
QAR 3.640502
RON 4.826604
RSD 113.633026
RUB 104.502587
RWF 1385
SAR 3.753564
SBD 8.432303
SCR 14.765492
SDG 601.000299
SEK 11.175845
SGD 1.369305
SHP 0.791982
SLE 22.802589
SLL 20969.503029
SOS 571.506089
SRD 35.100499
STD 20697.981008
SVC 8.73633
SYP 2512.530243
SZL 18.828046
THB 34.694499
TJS 10.922303
TMT 3.5
TND 3.216503
TOP 2.342099
TRY 35.367298
TTD 6.771116
TWD 32.946981
TZS 2489.999922
UAH 42.226693
UGX 3697.742961
UYU 43.909486
UZS 12989.999807
VES 53.215962
VND 25385
VUV 118.722003
WST 2.762788
XAF 635.962344
XAG 0.033183
XAU 0.000376
XCD 2.70255
XDR 0.768828
XOF 633.999948
XPF 116.103848
YER 249.199173
ZAR 18.937885
ZMK 9001.199323
ZMW 27.929884
ZWL 321.999592
Narcotráfico transforma jornalismo em profissão de alto risco no Equador
Narcotráfico transforma jornalismo em profissão de alto risco no Equador / foto: © AFP

Narcotráfico transforma jornalismo em profissão de alto risco no Equador

Eles se protegem com coletes à prova de balas e capacetes para praticar o jornalismo, mesmo que não estejam na Ucrânia nem na Faixa de Gaza. Eles cobrem as notícias do Equador, onde a violência relacionada ao tráfico de drogas transformou sua profissão em uma atividade de alto risco.

Tamanho do texto:

Assassinatos entre prisioneiros, homicídios nas ruas, tiroteios, explosões de carros-bomba, crimes políticos. E a guerra dos cartéis pelo espólio das drogas também se volta contra os repórteres: três foram assassinados em 2022 em circunstâncias não esclarecidas, de acordo com organizações não governamentais, e cerca de 15 foram ameaçados de morte até o momento.

"A droga é o cerne dessa violência, à qual também está ligada a corrupção" no poder político, explica Eric Samson, correspondente no Equador da organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras, à AFP.

Cinco comunicadores estão refugiados fora do país, enquanto um ex-jornalista e candidato presidencial foi morto a tiros durante a campanha pré-eleitoral para as eleições de agosto.

Localizado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores de cocaína do mundo, o Equador se tornou nos últimos anos um foco de criminalidade. A taxa de homicídios quadruplicou entre 2018 e 2022, saltando de 6 para 26 a cada 100.000 habitantes.

"A crise que os jornalistas enfrentam é complicada porque estamos vivendo momentos sem precedentes em termos de segurança, algo que costumávamos associar apenas ao México e que era muito distante da nossa realidade", afirma à AFP um repórter ameaçado que, por "medo", prefere não ser identificado.

No estilo do narcotráfico mexicano, nos últimos anos têm surgido no Equador corpos pendurados em pontes e cadáveres desmembrados nas estradas.

"Não é fácil o que estamos vivendo atualmente para podermos fazer nosso trabalho", acrescenta este jornalista da cidade portuária de Guayaquil, uma das mais violentas do país.

O jornalista mudou de casa por ameaças nas quais o chamavam de "sapo hp" (soplón hijo de puta ou dedo-duro filho da puta, em tradução literal) e que sua locatária ouviu de um mototaxista que a transportava.

Especialistas estimam que o Equador encerrará 2023 com pelo menos 40 homicídios a cada 100.000 habitantes.

- "Zonas silenciadas" -

Em Guayaquil, os repórteres geralmente trabalham com proteção à prova de balas, alguns com coletes e capacetes de guerra, como os usados para cobrir a invasão da Ucrânia pela Rússia ou os ataques do movimento islamita palestino Hamas contra Israel.

A cobertura em torno do grande complexo prisional de Guayaquil é particularmente arriscada. Este é o cenário mais frequente de confrontos entre presos ligados ao crime organizado, deixando cerca de 460 mortos desde 2021.

Segundo o repórter, além de trabalharem blindados, “como medida de segurança” os jornalistas fornecem dados falsos em procedimentos públicos: “para que o crime organizado (...) se eles colocarem a lupa em você, fica no mínimo mais difícil para que eles te localizem", explica.

O magnicídio, em 9 de agosto, do candidato presidencial Fernando Villavicencio, quando ele saía de um comício em Quito, alimentou o medo. Desde então, os candidatos Luisa González (esquerda) e Daniel Noboa (direita) reforçaram a segurança. O mesmo fizeram os jornalistas que cobrem as campanhas com vistas ao segundo turno de domingo. Alguns viajam em carros blindados.

Antes de seu assassinato, Villavicencio relatou ameaças de "Los Choneros", a principal máfia equatoriana ligada aos cartéis de Sinaloa (México), ao Clan del Golfo (Colômbia) e às redes dos Bálcãs.

Samson, da Repórteres Sem Fronteiras, garante que a “autocensura” em questões criminais é uma das principais consequências.

“Desenvolvem-se áreas silenciadas ou buracos negros de informação, que são áreas em que trabalhar é muito difícil”, destaca.

- Eleições -

Em março, cinco envelopes com pen drives carregados com explosivos chegaram a jornalistas de diversos meios de comunicação. Um deles sofreu ferimentos leves após a detonação.

No ano passado o canal RTS foi atacado a tiros e em 2020 um artefato explodiu na Teleamazonas.

“Há um mês e meio uso colete à prova de balas e capacete”, diz um fotojornalista de Guayaquil.

Em duas ocasiões foi “advertido” em Durán, cidade vizinha tomada por traficantes de drogas. “Eles me disseram ‘cuidado, é assim que os sapos morrem (...) não ficam tirando fotos, não sabem no que estão se metendo’”, diz ele.

O grupo Periodistas Sin Cadenas, formado depois que três membros do jornal El Comercio de Quito morreram nas mãos de dissidentes da guerrilha colombiana FARC em 2018, registrou 216 ataques contra repórteres entre janeiro e agosto.

A imprensa amordaçada em tempos eleitorais preocupa a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

“Um dia de votação com histórico de violência, ameaças, estigmatização e exílio de jornalistas exige esforços extremos para dar proteção e garantias aos jornalistas que realizam seu trabalho de informar a sociedade”, disse na rede X Pedro Vaca, relator da CIDH.

L.Coleman--TFWP