The Fort Worth Press - Sexo, mentiras e redes: desinformação contra mulheres políticas na África

USD -
AED 3.67302
AFN 71.102008
ALL 95.349554
AMD 399.728208
ANG 1.802095
AOA 914.500794
ARS 1036.755103
AUD 1.616893
AWG 1.8025
AZN 1.69797
BAM 1.898485
BBD 2.018948
BDT 121.987206
BGN 1.898706
BHD 0.376868
BIF 2957.631643
BMD 1
BND 1.368834
BOB 6.909338
BRL 6.0412
BSD 1.00001
BTN 85.827024
BWP 14.01489
BYN 3.272309
BYR 19600
BZD 2.008562
CAD 1.44162
CDF 2869.999795
CHF 0.912715
CLF 0.036479
CLP 1006.56972
CNY 7.332798
CNH 7.35096
COP 4332.14
CRC 505.722134
CUC 1
CUP 26.5
CVE 107.032615
CZK 24.362796
DJF 178.064241
DKK 7.24279
DOP 61.327302
DZD 135.760087
EGP 50.554802
ERN 15
ETB 126.349847
EUR 0.97078
FJD 2.332202
FKP 0.791982
GBP 0.813835
GEL 2.825001
GGP 0.791982
GHS 14.748593
GIP 0.791982
GMD 71.500277
GNF 8644.923316
GTQ 7.716948
GYD 209.202097
HKD 7.785196
HNL 25.47971
HRK 7.172906
HTG 130.544932
HUF 401.274996
IDR 16201.45
ILS 3.666485
IMP 0.791982
INR 85.93215
IQD 1310
IRR 42087.499459
ISK 140.860562
JEP 0.791982
JMD 156.796319
JOD 0.709302
JPY 157.795991
KES 129.250567
KGS 86.999934
KHR 4038.943138
KMF 478.049924
KPW 899.999441
KRW 1466.629845
KWD 0.30835
KYD 0.833244
KZT 525.728264
LAK 21812.49884
LBP 89550.000243
LKR 294.625263
LRD 186.98311
LSL 18.930146
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 4.944945
MAD 10.066201
MDL 18.628602
MGA 4699.999972
MKD 59.72953
MMK 3247.960992
MNT 3397.99987
MOP 8.014153
MRU 39.737716
MUR 46.829775
MVR 15.401015
MWK 1735.000231
MXN 20.559301
MYR 4.497502
MZN 63.897857
NAD 18.929781
NGN 1547.489894
NIO 36.730211
NOK 11.44338
NPR 137.321517
NZD 1.792005
OMR 0.384968
PAB 0.999913
PEN 3.774741
PGK 4.008891
PHP 58.431023
PKR 278.829051
PLN 4.14111
PYG 7887.865345
QAR 3.641031
RON 4.826897
RSD 113.666062
RUB 101.399519
RWF 1387
SAR 3.753888
SBD 8.43942
SCR 14.273926
SDG 601.000164
SEK 11.149755
SGD 1.368575
SHP 0.791982
SLE 22.750267
SLL 20969.503029
SOS 571.447985
SRD 35.060503
STD 20697.981008
SVC 8.748872
SYP 2512.530243
SZL 18.929825
THB 34.602023
TJS 10.929043
TMT 3.5
TND 3.207727
TOP 2.342097
TRY 35.440497
TTD 6.788068
TWD 32.982499
TZS 2494.964013
UAH 42.39451
UGX 3698.311008
UYU 43.651718
UZS 12960.000156
VES 53.7848
VND 25372.5
VUV 118.722003
WST 2.762788
XAF 636.72782
XAG 0.033022
XAU 0.000373
XCD 2.70255
XDR 0.770052
XOF 635.497218
XPF 116.290866
YER 249.249764
ZAR 18.98275
ZMK 9001.19956
ZMW 27.772547
ZWL 321.999592
Sexo, mentiras e redes: desinformação contra mulheres políticas na África
Sexo, mentiras e redes: desinformação contra mulheres políticas na África / foto: © AFP

Sexo, mentiras e redes: desinformação contra mulheres políticas na África

Semanas depois de sua nomeação na assembleia do condado de Kwale, sudeste do Quênia, Judy Kengo se viu 'no olho de um furacão' por uma foto manipulada na qual supostamente beijava outra mulher.

Tamanho do texto:

"Olhem, aqui sua dirigente. Que exemplo é esse para nossas filhas?", comentou uma internauta na imagem publicada nas redes sociais.

Kengo sabe qual foi a intenção desta divulgação: forçá-la a renunciar ao cargo em uma das regiões mais conservadoras do país.

Este tipo de ataque não é incomum na África, indicam especialistas à AFP.

Muitas mulheres que desejam entrar para a política enfrentam campanhas de desinformação online para dissuadi-las de se apresentarem às eleições ou desacreditá-las perante os eleitores.

Para resistir a estas pressões, é preciso ter "casca grossa", afirma a política queniana de 35 anos, que formou uma equipe para responder às campanhas de difamação nas redes sociais.

"A política sempre foi um mundo dominado por homens e para entrar nela é preciso ser muito agressiva", explica.

E para uma mulher, exercê-la é delicado. "Se for agressiva na forma de abordar os problemas, as pessoas dizem que é exagerada e linguaruda", afirma.

"Não é assim com nossos homólogos masculinos".

- "Medo" -

"Os ataques sexualizados são muito agressivos e buscam claramente minar a qualificação delas" para o cargo, explica Kristina Wilfore, cofundadora da ONG #ShePersisted (Ela persistiu), que combate a desinformação sexista e abusos online.

Um estudo com a participação de sua organização demonstrou que durante as eleições gerais do Quênia de 2022, as redes sociais permitiram "um discurso de ódio sobre as mulheres", disse Wilfore.

E embora sejam verificadas e corrigidas, as informações falsas "sempre deixam a sensação de que as mulheres não têm espaço em alguns locais públicos", lamenta.

No continente africano, elas ocupam apenas 24% dos 12.100 postos parlamentares, segundo um estudo de 2021 do projeto pan-africano "Women in political participation" (A participação política das mulheres, em tradução livre).

No Quênia, embora a Constituição determine que ao menos um terço das cadeiras da Assembleia Nacional seja ocupado por mulheres, esta cota não é preenchida.

- Nudez e fitas de sexo -

Em Ruanda, a empresária e opositora Diane Rwigara se deparou com supostas imagens suas nua na internet dias após anunciar sua candidatura às presidenciais de 2017. Mais tarde, declarou à CNN que essas imagens foram manipuladas e parte de uma campanha para que não desafiasse o presidente Paul Kagame, no poder desde o ano 2000.

Sua candidatura foi posteriormente recusada devido a supostas falsificações em sua solicitação. Em 2018, um tribunal a absolveu das acusações "infundadas".

Em abril, a ex-senadora queniana Millicent Omanga enfrentou pedidos de demissão de seu cargo de ministra adjunta após a divulgação de vídeos de uma suposta fita sexual. A AFP rastreou a origem de um destes vídeos e chegou à conta de uma atriz amadora de filmes adultos. Omanga nunca comentou publicamente o assunto e não respondeu ao contato da AFP.

Vários especialistas advertem que estas acusações, especialmente as de conotação sexual, podem se tornar mais frequentes com a ascensão da Inteligência Artificial.

Em 2019, o aplicativo DeepNude, que deixa mulheres virtualmente nuas, foi desativado diante de possíveis abusos.

"As redes sociais têm a principal responsabilidade de garantir que os espaços online não sejam usados (...) com o objetivo de causar dano", estima Leah Kimathi da ONG Conselho Queniano para as Redes Sociais Responsáveis.

"As plataformas investem muito menos em segurança na África em comparação com o resto do mundo", acrescenta.

T.Mason--TFWP