The Fort Worth Press - Fujimori morreu 'sem pedir perdão', lamentam familiares de vítimas de massacres no Peru

USD -
AED 3.672945
AFN 67.732769
ALL 92.653778
AMD 386.383589
ANG 1.793612
AOA 912.499173
ARS 998.537299
AUD 1.53813
AWG 1.7975
AZN 1.696025
BAM 1.846296
BBD 2.009412
BDT 118.926471
BGN 1.848015
BHD 0.376916
BIF 2939.110734
BMD 1
BND 1.337959
BOB 6.877118
BRL 5.784395
BSD 0.995167
BTN 83.976834
BWP 13.577578
BYN 3.256459
BYR 19600
BZD 2.006013
CAD 1.40213
CDF 2869.99994
CHF 0.883602
CLF 0.035257
CLP 972.849973
CNY 7.241015
CNH 7.240975
COP 4397
CRC 506.839358
CUC 1
CUP 26.5
CVE 104.091342
CZK 23.918024
DJF 177.218297
DKK 7.05509
DOP 59.963561
DZD 133.512031
EGP 49.502755
ERN 15
ETB 123.19576
EUR 0.945755
FJD 2.269703
FKP 0.789317
GBP 0.79015
GEL 2.725002
GGP 0.789317
GHS 15.87354
GIP 0.789317
GMD 71.000078
GNF 8576.337427
GTQ 7.688967
GYD 208.211005
HKD 7.78163
HNL 25.139006
HRK 7.133259
HTG 130.736045
HUF 384.322504
IDR 15845.35
ILS 3.732035
IMP 0.789317
INR 84.410599
IQD 1303.760903
IRR 42092.485341
ISK 136.659449
JEP 0.789317
JMD 157.953365
JOD 0.709298
JPY 153.949501
KES 129.249677
KGS 86.493742
KHR 4021.485684
KMF 464.750268
KPW 899.999621
KRW 1394.379834
KWD 0.30744
KYD 0.829306
KZT 496.568521
LAK 21864.232378
LBP 89121.220417
LKR 289.952894
LRD 182.618875
LSL 18.023902
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 4.860688
MAD 9.964411
MDL 18.083469
MGA 4652.040932
MKD 58.216651
MMK 3247.960992
MNT 3397.999946
MOP 7.979723
MRU 39.679603
MUR 46.279836
MVR 15.460315
MWK 1725.746004
MXN 20.24817
MYR 4.469499
MZN 63.925032
NAD 18.023902
NGN 1667.789733
NIO 36.627616
NOK 11.02076
NPR 134.362934
NZD 1.699221
OMR 0.385014
PAB 0.995176
PEN 3.78284
PGK 4.003549
PHP 58.809002
PKR 276.467168
PLN 4.091265
PYG 7756.899506
QAR 3.629532
RON 4.706696
RSD 110.63602
RUB 100.505221
RWF 1367.129236
SAR 3.753975
SBD 8.36952
SCR 13.620034
SDG 601.498585
SEK 10.938975
SGD 1.33917
SHP 0.789317
SLE 22.650317
SLL 20969.504736
SOS 568.77183
SRD 35.404965
STD 20697.981008
SVC 8.708417
SYP 2512.529858
SZL 18.017219
THB 34.579605
TJS 10.589063
TMT 3.5
TND 3.145538
TOP 2.342099
TRY 34.603415
TTD 6.756285
TWD 32.394994
TZS 2653.981968
UAH 41.216346
UGX 3654.265512
UYU 42.678725
UZS 12750.752849
VES 45.25428
VND 25400
VUV 118.722009
WST 2.791591
XAF 619.22752
XAG 0.031857
XAU 0.000381
XCD 2.70255
XDR 0.757089
XOF 619.224597
XPF 112.582719
YER 249.850063
ZAR 18.055885
ZMK 9001.202932
ZMW 27.443206
ZWL 321.999592
Fujimori morreu 'sem pedir perdão', lamentam familiares de vítimas de massacres no Peru
Fujimori morreu 'sem pedir perdão', lamentam familiares de vítimas de massacres no Peru / foto: © AFP

Fujimori morreu 'sem pedir perdão', lamentam familiares de vítimas de massacres no Peru

"Alberto Fujimori se foi com crimes impunes e sem pedir desculpas", lamentaram nesta sexta-feira (13) familiares de vítimas assassinadas por militares nos massacres de Barrios Altos e de La Cantuta, pelas quais o falecido ex-presidente peruano foi condenado a 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade.

Tamanho do texto:

A despedida do octogenário ex-presidente foi marcada por um notável contraste entre a multidão que compareceu ao seu velório e os solitários repúdios à questionada década em que esteve no poder, na década de 1990.

"Ele já está morto, este senhor se foi sem pedir desculpas aos familiares, ele zombou de nós", disse chorando à AFP Gladys Rubina, irmã de uma das 15 vítimas do massacre de Barrios Altos, ocorrida em 3 de novembro de 1991.

"A morte do ex-presidente não muda nada para mim porque ainda carrego uma dor dentro de mim. Minha irmã Nelly foi morta", lamentou Rubina, de 56 anos.

O ex-mandatário do Peru, que governou entre 1990 e 2000 em meio à crise de hiperinflação e violência do grupo terrorista Sendero Luminoso, morreu na quarta-feira aos 86 anos em sua casa em Lima, enquanto se submetia a um tratamento para câncer de língua.

Para Carmen Amaro, irmã de uma das 10 vítimas do massacre de La Cantuta (1992), Fujimori morreu sem cumprir toda a condenação e com um julgamento em andamento pela morte de seis camponeses executados por militares em Pativilca, ao norte de Lima, em 1992.

"Com sua morte não se acaba, nem se perdoa a pena. Fujimori continuará sendo o assassino e o principal responsável pelo desaparecimento de nossos familiares", declarou à AFP Amaro. Seu irmão Richard, um estudante de 25 anos da Universidade La Cantuta, foi carbonizado após ser executado com um tiro e sepultado em uma vala comum por militares.

Os massacres foram cometidos por um esquadrão da morte do exército conhecido informalmente como Grupo Colina, que era responsável pelas "operações especiais" de inteligência no contexto da luta contra as guerrilhas e o terrorismo do Sendero Luminoso durante o governo de Fujimori, conforme determinado pela justiça.

- "Nunca reconheceu seus crimes" -

"Ele nunca reconheceu seus crimes, nunca pediu desculpas por seus crimes, nunca pagou a reparação civil e, em vez disso, aproveitou os últimos meses do Estado pedindo uma pensão indevida", disse à AFP Gisela Ortiz, outra familiar de vítimas de La Cantuta.

Seu irmão Enrique, de 20 anos, morreu durante a operação militar na Universidade La Cantuta, em Lima.

Os massacres de Barrios Altos e La Cantuta serviram de base para a sentença de 25 anos de prisão contra Alberto Fujimori em 2009.

A sentença considerou o ex-presidente culpado de homicídio qualificado com dolo, lesões graves e sequestro, e incluiu dois casos de sequestro de opositores ao seu regime. Fujimori havia sido libertado em dezembro passado ao se beneficiar de um indulto humanitário.

A justiça concluiu ainda que os 25 mortos em Barrios Altos e La Cantuta eram inocentes e não pertenciam a um grupo terrorista.

A vice-presidente da Associação de Familiares Assassinados Perseguidos, Adelina García, indicou que "Fujimori se foi com sua consciência muito suja porque levou as lágrimas de muitas pessoas".

Um fato notável nesta semana foi a ausência de manifestações de rua contra o governo controverso e polarizador de Fujimori.

Organizações representativas não realizam convocações, e as críticas foram direcionadas às redes sociais através de declarações de grupos de direitos humanos que lembraram o passado autocrático de Fujimori, a corrupção em seu governo e seu histórico de violação aos direitos humanos.

- Críticas ao luto nacional -

O presidente da Comissão da Verdade e Reconciliação (CVR), órgão que investigou os anos de violência política no Peru (1980-2000), lamentou a decisão do governo de declarar luto nacional.

"O que mais irrita [aqueles que defendem os direitos humanos] é a atitude dos funcionários do Estado, que em vez de defender a democracia e a justiça, declaram três dias de luto nacional", disse à AFP o filósofo Salomón Lerner Febres, que dirigiu a CVR na época.

O acadêmico pediu que se evite insultar uma pessoa morta, mas também recomendou não fazer "uma apologia ao que foi o trabalho político" de Fujimori.

O conflito interno ou "guerra contra o terrorismo" — como foi oficialmente denominado — deixou mais de 69 mil mortos e 21 mil desaparecidos no período entre 1980 e 2000, a grande maioria civis, segundo a CVR.

K.Ibarra--TFWP