The Fort Worth Press - Tribunal de Madri arquiva único caso de tortura do franquismo admitido em processo

USD -
AED 3.67298
AFN 67.732769
ALL 92.653778
AMD 386.383589
ANG 1.793612
AOA 912.501611
ARS 998.494795
AUD 1.536287
AWG 1.7975
AZN 1.700282
BAM 1.846296
BBD 2.009412
BDT 118.926471
BGN 1.84705
BHD 0.376874
BIF 2939.110734
BMD 1
BND 1.337959
BOB 6.877118
BRL 5.747897
BSD 0.995167
BTN 83.976834
BWP 13.577578
BYN 3.256459
BYR 19600
BZD 2.006013
CAD 1.402025
CDF 2870.000086
CHF 0.88375
CLF 0.035257
CLP 972.850076
CNY 7.237496
CNH 7.235985
COP 4397
CRC 506.839358
CUC 1
CUP 26.5
CVE 104.091342
CZK 23.876899
DJF 177.218297
DKK 7.046741
DOP 59.963561
DZD 133.399146
EGP 49.397497
ERN 15
ETB 123.19576
EUR 0.94466
FJD 2.26865
FKP 0.789317
GBP 0.78921
GEL 2.724991
GGP 0.789317
GHS 15.87354
GIP 0.789317
GMD 71.000217
GNF 8576.337427
GTQ 7.688967
GYD 208.211005
HKD 7.782365
HNL 25.139006
HRK 7.133259
HTG 130.736045
HUF 383.950073
IDR 15821
ILS 3.732145
IMP 0.789317
INR 84.40635
IQD 1303.760903
IRR 42092.496392
ISK 136.490346
JEP 0.789317
JMD 157.953365
JOD 0.709096
JPY 154.412003
KES 129.450413
KGS 86.520749
KHR 4021.485684
KMF 464.749962
KPW 899.999621
KRW 1391.540247
KWD 0.30747
KYD 0.829306
KZT 496.568521
LAK 21864.232378
LBP 89121.220417
LKR 289.952894
LRD 182.618875
LSL 18.023902
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 4.860688
MAD 9.964411
MDL 18.083469
MGA 4652.040932
MKD 58.130857
MMK 3247.960992
MNT 3397.999946
MOP 7.979723
MRU 39.679603
MUR 46.280066
MVR 15.459935
MWK 1725.746004
MXN 20.222435
MYR 4.469014
MZN 63.925008
NAD 18.023902
NGN 1667.789356
NIO 36.627616
NOK 11.010599
NPR 134.362934
NZD 1.698009
OMR 0.385014
PAB 0.995176
PEN 3.78284
PGK 4.003549
PHP 58.691013
PKR 276.467168
PLN 4.080092
PYG 7756.899506
QAR 3.629532
RON 4.700496
RSD 110.516173
RUB 99.751389
RWF 1367.129236
SAR 3.754014
SBD 8.36952
SCR 13.738475
SDG 601.501917
SEK 10.918105
SGD 1.33887
SHP 0.789317
SLE 22.650411
SLL 20969.504736
SOS 568.77183
SRD 35.404997
STD 20697.981008
SVC 8.708417
SYP 2512.529858
SZL 18.017219
THB 34.580219
TJS 10.589063
TMT 3.5
TND 3.145538
TOP 2.342101
TRY 34.611815
TTD 6.756285
TWD 32.432017
TZS 2653.981982
UAH 41.216346
UGX 3654.265512
UYU 42.678725
UZS 12750.752849
VES 45.731921
VND 25407.5
VUV 118.722009
WST 2.791591
XAF 619.22752
XAG 0.031909
XAU 0.000381
XCD 2.70255
XDR 0.757089
XOF 619.224597
XPF 112.582719
YER 249.849951
ZAR 17.95734
ZMK 9001.195576
ZMW 27.443206
ZWL 321.999592
Tribunal de Madri arquiva único caso de tortura do franquismo admitido em processo
Tribunal de Madri arquiva único caso de tortura do franquismo admitido em processo / foto: © AFP/Arquivos

Tribunal de Madri arquiva único caso de tortura do franquismo admitido em processo

Um tribunal de Madri arquivou o único caso de tortura durante a ditadura franquista admitido pela Justiça espanhola, um fato "devastador" para a vítima, Julio Pacheco Yepes, que recorreu da decisão.

Tamanho do texto:

A ação foi iniciada em maio de 2023 após a denúncia de Pacheco Yepes, que em setembro daquele ano se tornou a primeira vítima de tortura ouvida por um juiz espanhol desde a morte de Francisco Franco, em 1975.

"Concordo com (...) o arquivamento destes processos", afirmou a juíza Ana María Iguácel em seu despacho de 31 de julho, que ainda não havia sido divulgado.

A própria juíza foi quem admitiu a tramitação da denúncia, quando então confirmou "a possível existência" de "crimes contra a humanidade e tortura".

Mas cedeu à jurisprudência espanhola, que rejeitou sistematicamente todas as queixas das vítimas da ditadura (1939-1975) alegando prescrição dos crimes e, sobretudo, a Lei da Anistia de 1977, que perdoou crimes de opositores políticos e de agentes da ordem pública.

"A jurisprudência não mudou após a promulgação da Lei da Memória Histórica", escreveu a juíza, em referência à legislação emblemática do governo do socialista Pedro Sánchez para indenizar as vítimas do regime de Franco, aprovada em outubro de 2022.

- "Raiva" -

"É devastador", disse Julio Pacheco Yepes à AFP, que apesar de estar "claro que as possibilidades" de o caso avançar "eram muito pequenas", sentiu "raiva" quando soube que sua queixa contra quatro torturadores havia sido arquivada.

"A vitória" foi ter "sido ouvido em um tribunal", disse o homem de 68 anos, que aos 19 anos foi preso pela polícia secreta em agosto de 1975, três meses antes da morte de Franco.

Membro de uma organização estudantil antifranquista, Pacheco Yepes relatou ter sido torturado durante dez dias na temida Direção-Geral de Segurança, na Puerta del Sol, no centro de Madri, e depois preso sob a acusação de terrorismo.

Em entrevista à AFP em setembro de 2023, disse que gostaria que seu testemunho abrisse "uma brecha no muro da impunidade", um obstáculo para as vítimas do regime.

Ele recorreu da "decepcionante" decisão judicial e afirmou que está disposto a "continuar apelando" até o Tribunal Constitucional e à Justiça europeia.

- "Modelo de impunidade" -

Várias organizações de direitos humanos, incluindo a Anistia Internacional, condenaram a decisão do tribunal de Madri.

"Expressamos nosso mais absoluto desacordo e rejeição ao conteúdo do despacho", que "consolida um modelo de impunidade inadmissível em um Estado de direito e que mina (...) os direitos básicos das pessoas que sofreram crimes franquistas" , indicaram em um comunicado.

A Lei de Anistia de 1977 continua sendo um muro intransponível, apesar da Lei da Memória Histórica de 2022, que entre outras coisas criou uma promotoria dedicada a investigar violações dos direitos humanos durante a Guerra Civil (1936-1939) e a ditadura.

O juiz Baltasar Garzón, famoso por tentar extraditar o ex-ditador chileno Augusto Pinochet em 1998, foi processado – embora absolvido – por tentar inciar uma investigação sobre os crimes do regime anistiados pela lei.

Para desespero das vítimas, alguns torturadores morreram sem serem processados, como o policial Juan Antonio González Pacheco, apelidado de Billy the Child, falecido em 2020.

Diante dos obstáculos judiciais na Espanha, associações de vítimas recorreram à Argentina, onde a magistrada María Servini invocou o princípio da justiça universal para iniciar em 2010 uma investigação, ainda aberta, por genocídio e crimes contra a humanidade durante a Guerra Civil (1936-1939) e a ditadura franquista.

Em 2014, o sistema de justiça espanhol negou a extradição solicitada por Servini de qause 20 ex-ministros, juízes e policias do regime por supostos crimes contra a humanidade.

S.Jones--TFWP