The Fort Worth Press - 'Há muitos soterrados': sobrevivente questiona balanço de colapso em mina na Venezuela

USD -
AED 3.672904
AFN 67.000368
ALL 93.103989
AMD 388.250403
ANG 1.803449
AOA 912.000367
ARS 997.22659
AUD 1.547509
AWG 1.795
AZN 1.70397
BAM 1.850279
BBD 2.020472
BDT 119.580334
BGN 1.857704
BHD 0.376895
BIF 2898.5
BMD 1
BND 1.341507
BOB 6.914723
BRL 5.79695
BSD 1.000634
BTN 84.073433
BWP 13.679968
BYN 3.274772
BYR 19600
BZD 2.017086
CAD 1.41015
CDF 2865.000362
CHF 0.887938
CLF 0.035528
CLP 980.330396
CNY 7.232504
CNH 7.23645
COP 4439.08
CRC 509.261887
CUC 1
CUP 26.5
CVE 104.850394
CZK 23.965904
DJF 177.720393
DKK 7.078104
DOP 60.403884
DZD 133.35504
EGP 49.296856
ERN 15
ETB 122.000358
EUR 0.94835
FJD 2.27595
FKP 0.789317
GBP 0.792519
GEL 2.73504
GGP 0.789317
GHS 15.95039
GIP 0.789317
GMD 71.000355
GNF 8630.000355
GTQ 7.728257
GYD 209.258103
HKD 7.785135
HNL 25.12504
HRK 7.133259
HTG 131.547827
HUF 387.203831
IDR 15898.3
ILS 3.744115
IMP 0.789317
INR 84.47775
IQD 1310.5
IRR 42092.503816
ISK 137.650386
JEP 0.789317
JMD 158.916965
JOD 0.709104
JPY 154.340504
KES 129.503801
KGS 86.503799
KHR 4050.00035
KMF 466.575039
KPW 899.999621
KRW 1395.925039
KWD 0.30754
KYD 0.833948
KZT 497.28482
LAK 21953.000349
LBP 89550.000349
LKR 292.337966
LRD 184.000348
LSL 18.220381
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 4.875039
MAD 10.013504
MDL 18.182248
MGA 4665.000347
MKD 58.285952
MMK 3247.960992
MNT 3397.999946
MOP 8.023973
MRU 39.960379
MUR 47.210378
MVR 15.450378
MWK 1736.000345
MXN 20.35475
MYR 4.470504
MZN 63.903729
NAD 18.220377
NGN 1665.820377
NIO 36.765039
NOK 11.08797
NPR 134.517795
NZD 1.704318
OMR 0.384999
PAB 1.000643
PEN 3.803039
PGK 4.01975
PHP 58.731504
PKR 277.703701
PLN 4.096819
PYG 7807.725419
QAR 3.640604
RON 4.723704
RSD 111.087038
RUB 99.872647
RWF 1369
SAR 3.756034
SBD 8.390419
SCR 13.840372
SDG 601.503676
SEK 10.978615
SGD 1.343804
SHP 0.789317
SLE 22.603667
SLL 20969.504736
SOS 571.503662
SRD 35.315504
STD 20697.981008
SVC 8.755664
SYP 2512.529858
SZL 18.220369
THB 34.842038
TJS 10.667159
TMT 3.51
TND 3.157504
TOP 2.342104
TRY 34.447038
TTD 6.794573
TWD 32.476804
TZS 2660.000335
UAH 41.333087
UGX 3672.554232
UYU 42.941477
UZS 12835.000334
VES 45.732111
VND 25390
VUV 118.722009
WST 2.791591
XAF 620.560244
XAG 0.033067
XAU 0.00039
XCD 2.70255
XDR 0.753817
XOF 619.503595
XPF 113.550363
YER 249.875037
ZAR 18.18901
ZMK 9001.203587
ZMW 27.473463
ZWL 321.999592
'Há muitos soterrados': sobrevivente questiona balanço de colapso em mina na Venezuela
'Há muitos soterrados': sobrevivente questiona balanço de colapso em mina na Venezuela / foto: © AFP

'Há muitos soterrados': sobrevivente questiona balanço de colapso em mina na Venezuela

Pedro se salvou graças ao almoço. Tinha acabado de parar de procurar ouro em uma mina ilegal no sul da Venezuela para comer e, ao retornar, por pouco não foi engolido por um deslizamento de terra que deixou ao menos 16 mortos.

Tamanho do texto:

A tragédia ocorreu na terça-feira na mina "Bulla Loca", no estado de Bolívar, onde as autoridades reportaram, ainda, 16 feridos e 208 evacuados.

Pedro garante que "há mais" vítimas fatais.

"Vi um dos meus amigos esmagados até a metade", conta à AFP este homem de 46 anos que pediu para ser identificado com outro nome, temendo represálias. "Meus colegas de mina foram esmagados [...] Eu estava tirando material. Fui embora, comi e quando cheguei outra vez ao barranco, tive a chance de dar um passo atrás. Caí, mas [só] me machuquei, tive alguns hematomas".

"Começamos a tirar vários mortos", continua.

"Nesse dia, sem contar os feridos, tiramos 25 mortos, inclusive indígenas", conta. "Sem exagerar, acho que 30 pessoas estão soterradas aí. Eram 500 garimpeiros em sete ou oito metros. Tem muita gente soterrada, mas não estão limpando onde os mortos estão na realidade [porque] é perigoso".

O governador de Bolívar, Ángel Marcano, assegurou, nesta sexta-feira, que os trabalhos de buscas serão mantidos por um mês, embora não espere encontrar mais corpos.

"Não escondo a verdade", insistiu, retrucando o que dizem os moradores de La Paragua [povoado mais próximo da mina], convencidos, assim como Pedro, de que o número de vítimas é maior.

- Pagamentos em ouro -

Bulla Loca ficava em terra indígena, onde é permitida a mineração artesanal, embora esta operação fosse ilegal, segundo o governo.

Marcano anunciou reuniões em breve com os garimpeiros da região para "tirá-los da ilegalidade" e "criar condições de segurança em seu trabalho".

Os veios ilegais são geridos por grupos criminosos, afirmam ambientalistas e ativistas, que denunciam "um ecocídio" na região pela proliferação deste tipo de exploração de minério. Membros das comunidades indígenas costumam ser cooptados.

Segundo Pedro, o acampamento era dirigido por indígenas da etnia pemón armados, em coordenação com uma antiga quadrilha que atua na área.

Tudo é pago em gramas de ouro: a entrada, a saída, a comida e, inclusive, o uso da geladeira.

Os "donos" - que têm brigadas e maquinário e recebem uma espécie de "licença" para a exploração principal do veio - devem pagar um tributo à comunidade equivalente a 10% da produção, além de um pedágio de "um grama" (o equivalente a um grama de ouro ou US$ 52 dólares, cerca de R$ 260 reais) pela entrada e pela saída de cada garimpeiro.

É proibido tirar fotos ou fazer vídeos com o celular.

- 'Tarde demais' -

Segundo Pedro, as vítimas estavam no pedaço de terra que se atribui aos garimpeiros para procurar ouro depois dos "donos".

Pedro cresceu perto de La Paragua e no garimpo, embora não praticasse a atividade há oito anos, pois esteve trabalhando na agricultura. Familiares o convenceram a voltar para o garimpo e foi assim que acabou em Bulla Loca.

Ali, viu muita gente trabalhando pela primeira vez em uma mina que "morreu por não ter conhecimento".

"Imagino que a situação do país os levou a gastar o pouquinho de dinheiro que ganharam na cidade, 100, 200 dólares [500, 1.000 reais, aproximadamente], porque, para chegar lá, é preciso gastar cerca de 200 dólares, fora a comida", afirma, em alusão à crise sem precedentes na Venezuela, onde a economia encolheu 80% em uma década e levou sete milhões de pessoas a emigrar.

No dia da tragédia, os garimpeiros estavam "famintos por tirar ouro" e "invadiram" a mina antes que o dono terminasse. Segundo o relato de Pedro, uma "capitã indígena" inundou a mina com água em represália.

"Não se deram conta de que o solo estava se abrindo e era tarde demais", lembra. "Foi como um funil."

F.Garcia--TFWP