Desabamento de mina deixa cerca de 25 mortos na Venezuela
Uma mina ilegal desabou em uma área remota do sul da Venezuela, deixando cerca de 25 mortos e 15 feridos, segundo um balanço provisório divulgado nesta quarta-feira (21) por autoridades locais.
O incidente ocorreu na tarde de ontem, na mina Bulla Loca, que fica a sete horas de navegação por rio de La Paragua, no estado de Bolívar. Dezenas de pessoas trabalhavam no local quando houve um deslizamento de terra.
O vice-ministro de Gestão de Riscos e Defesa Civil, general Carlos Pérez Ampueda, divulgou um vídeo do incidente e citou "um número maciço” de vítimas.
Yorgi Arciniega, prefeito do município de Angostura, que abrange La Paragua, informou à AFP que ainda não há um número exato de vítimas, devido à natureza complexa da área e à situação confusa, mas disse que "fala-se em 25 mortos e 15 feridos".
Mais cedo, o governo regional citou um número oficial de dois mortos e a mesma quantidade de feridos.
“A Força Armada Nacional Bolivariana, bombeiros da Defesa Civil e órgãos de segurança cidadã estão embarcando para nos deslocarmos até a região por via aérea e fazer uma avaliação real da situação", informou à AFP o secretário de Segurança Cidadã de Bolívar, Édgar Colina Reyes. Uma equipe de resgate procedente de Caracas também se dirige ao local para ajudar nas buscas.
Os feridos foram levados para o hospital da capital do estado, Ciudad Bolívar, a cerca de 200 quilômetros da mina, onde trabalhavam 200 pessoas, segundo estimativas do governo. Em La Paragua, muitas lojas não abriram, em sinal de luto.
Em dezembro passado, 12 pessoas morreram no desabamento de uma mina na comunidade indígena de Ikabarú, no mesmo estado, onde dias antes havia ocorrido um "colapso parcial", que não deixou vítimas.
A região do arco mineiro de Bolívar, que abrange parte da Amazônia, possui uma extensão de 112 mil km² e grandes reservas de ouro, diamante e ferro, entre outros. A região é explorada pelo governo, mas também é ocupada por grupos ilegais e criminosos.
Ativistas denunciam o que chamam de ecocídio na região, e a exploração de mulheres e crianças, que trabalham em longas jornadas sem proteção.
C.Rojas--TFWP